Assim posto, atrelada a carga de letras em cada vagão palavra, apitam e partem os longos trens das narrativas, nesta ilustrada viagem.
A primeira desta série “Estórias da Villa” (I)
Então apareceram mercadores andantes, inicialmente em lombo de burro, depois, com as toscas estradas pelo mato derrubado, surgiram as carroças.
O Fritzwagen e o Fritz Kleiner Sohn ao lado do Sechs Zylinder |
O Hanz und Acht Zylinder, quando já transportavam gente |
Neste estágio, a Dona Eisen Bahn ("estrada de ferro" em alemão e cerveja lá na Blumenau) veio de Mittlerer Strom, para ser parteira na Villa.
Normalmente necessitava de auxiliares
Mais do que mera obstetra, ela permanecia junto à parturiente durante boa parte do puerpério, por vezes mais de um mês |
A Villa sempre recorreu à utilização dos apropriados e versáteis chás para curar inúmeras moléstias. Assim, percorreu (e percorre) o longo caminho desta histórica utilização, iniciada pelo Imperador chines Shen Nung, lá por 2.700 aC.
Inicialmente como decocção (folhas inteiras) e também como a infusão de folhas maceradas, sempre em água quase fervente.
Afinal, até dois imortais Charles: o Spencer (Carlitos) e o Lutwidge Dodgson (da Alice no País das Maravilhas) promoveram o chá.
Os chás resolviam (e resolvem) úlceras gastroentéricas, nevralgias, asma, vasculares, impotência, enxaquecas, artrites e tantas outras. Havia até alguns ditos chás de proteção contra olho gordo, mau olhado e outros decorrentes supostos “psicooftálmicos”. Seria este o chá de olhos gordos? Não há maior olho gordo do que este, no interior da Turquia
Assim, no que tange à saúde, a história da Villa palmilhou por muitos caminhos, deixando resistentes pegadas em todos e mais alguns.
Enfim, e para justificar o destacado título lá de cima, a Villa também se apropriou da terapia com agulhas cravadas. Ou, explicando numa forma bem mais agradável e científica: o tratamento baseado na Medicina Tradicional Chinesa com aplicação de agulhas em acupontos nos meridianos do corpo humano.
A profilaxia adotada pela acupuntura estabeleceu-se na Villa visando estimular a analgesia e combater processos inflamatórios, aliviando dores e outros sintomas decorrentes de determinadas doenças e também algumas causas destas como o estresse e dermatológicas.
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Não devemos confundir com outros procedimentos que utilizavam espetos cravados, como na Conjuração Bahiana (1798) em que todos os inconfidentes foram esquartejados e suas partes espetadas no largo de São Francisco daquela capital.
Embora tais eventos sejam citados por alguns autores como “horripilantes”, como os circos romanos, ouso discordar, pois que, suponho, seria mais apropriado o termo “espetacular”, que é um vocábulo composto por “spitus” do gótico, que significa espinho ou espeto, e “culus”, do latim, com sentido de pequeno. Donde se conclui que "espetacular" é a ação de espetar, furar, alfinetar, trespassar,... com pequenas agulhas e grandes controvérsias.
Nem tampouco confundir com o sacrifício de animais à deusa da Gula (entre os babilônios) mas até hoje frequentemente utilizado, onde porcos são consagrados aos glutões e, após serem mortos, tem aplicados sais e aromáticos. Depois são empalados, com imensos espetos transpassando-os longitudinalmente e ficam a girar tontos por horas, até que, após retirados, são espostejados e carcomidos pelo ávido bando de vorazes glutões.
Afinal, com ou sem o apoio da glutonaria, a Villa prosperou e muito. E, passadas muitas décadas, para orgulho dos descendentes pioneiros, representa um dos mais desenvolvidos burgos da província.
Contam que, um clérigo, suspenso por uma centena de balões de gás
E, com os augúrios de dias abençoados,
esperemos a próxima viagem às Estórias da Villa.
Prof. Eng.
Darlou D’Arisbo
maio de 2023
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