Por qualquer motivo, ou nenhum, num belo dia dá vontade ficar. Não sair e saborear o ambiente restrito: os vizinhos e as árvores, os pássaros e as flores,...
Acorda-se com o ruído dos passarinhos a bicar as sementinhas que caem da árvore sobre o teto do motor home. Embora fechados os obscurantes das janelas, o astro rei penetra pela fresta da clarabóia do teto, pintando de cor o ambiente e flechando meus olhos.
Abrem-se as janelas e dá-se com as andorinhas, às centenas, esvoaçando brincalhonas rentes às coisas: arbustos, chão, postes, telhados,... Incansáveis, na dinâmica brincadeira, assustam os passantes mas não colidem com nada e nenhum. Crianças e passarinhas divertem-se.
Ouve-se o sonoro carrinho elétrico do Josimar (que não lhe sabendo o nome, acabo de nominá-lo em homenagem ao pai de Cristo e ao oceano de aqui perto). Vão ambos lépidos e elétricos, carro e homem, ligar energia ao recém chegado. Formam, pois um dinâmico trio elétrico.
No desjejum, o negro e o branco, líquidos, quentes e adocicados, confundem-se sorvidos, acompanhados por pãezinhos de figos e nozes, ainda mornos, recém buscados na padaria dali. Algumas fatias de presunto espanhol, acamados com queijo Maasdam holandês, depois biscoitos franceses com doce de albaricoque. Delícias que sabem quem não tem pressa.
Depois, preenche-se a manhã com algum ócio criativo (parodiando o Domenico de Masi): uma leitura atrativa, tal atualizar-se com as curiosas estatísticas da União Européia, suas alianças e diferenças entre regiões e países, idiomas e dialetos, credos e finanças,...
Interrompe-se a leitura com cafezinho e uma vasculhada nos lixos da internet (tomara que não inventem-na com odor), pois só caca que recebo e nadica do que anseio.
Cumprimento meus vizinhos, tão diferentes quanto as letrinhas estampadas nas licenças de seus veículos e suas vocálicas de conversações. Mas tão iguais nas intenções nômades de usufruir os percursos do mundo, assimilando as culturas de onde passam, carregando suas majestosas casas sobre rodas.
Os belgas, mais sisudos; alemães com os filhotes loirinhos, franceses com seus cachorrinhos penteados; sobressaem em quantidade os holandeses às dezenas, italianos e espanhóis falando alto, e os ingleses de estranha mão invertida, abrindo as portas opostas às nossas.
Então o nobre almoço, a convite da rainha San, com salmão grelhado, batatas condimentadas inteiras, salada mista e taças de vinho branco do Algarve. Um banquete saboreado no anexo verde do restaurante do camping. Já no motor home, a sobremesa de rocambole com morangos.
A tarde chega, hora de organizar, editar e publicar o blog (felizmotorhome.blogspot.com.br), ouvindo a música da Princesa de Porto Alegre. Lá pela meia, um lanchinho com suco e frutas.
Após, fotografar os bons visuais e características do belo e moderno camping.
Entardece, hora e vez do jantar, leve para compensar o almoço: uma “bruschetta” com cervejinha. Depois um passeio a pé pelas redondezas . E dormir, descansar, pois amanhã não é dia de ficar.
Camping Ria Formosa - Conceição de Tavira- Portugal
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